Greve dos professores tem o apoio de 90% dos paranaenses segundo levantamento da app.
A greve de professores e funcionários das escolas estaduais do Paraná é apoiada por 90% dos paranaenses. Os dados foram obtidos em levantamento encomendado pela Gazeta do Povo à Paraná Pesquisas. Os números mostram também apoio expressivo, de 80% das pessoas, sobre a ocupação da Assembleia Legislativa (Alep), ocorrida no dia 10 de fevereiro. O estudo indica ainda que 90% dos habitantes do estado ficaram sabendo da greve, tendo condições, inclusive, de citar parte dos motivos que levaram à paralisação.
O
presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), Carlos
Manhanelli, usa a proximidade da função de professor na vida de todos para
explicar o apoio à greve. “O professor não tem papel midiático, o papel do
professor é presencial”, diz. Segundo ele, se a greve fosse de outra categoria,
as estatísticas populares não seriam iguais. “O resultado da aprovação é
excelente [para uma categoria em greve]”. Sobre os 20% que não apoiaram
especificamente a ocupação da Alep, ele diz que se trata de um fenômeno
cultural do brasileiro, que “não gosta de nenhum tipo de violência.”
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também
Elve
Cenci, professor de ética e filosofia política da Universidade Estadual de
Londrina (UEL), salienta o atual cenário político para que o povo tenha uma
visão positiva da greve. De acordo com Cenci, há também influência do fato de
boa parte dos paranaenses possuir aderência a um discurso anti-PT (Partido dos
Trabalhadores). “De repente, ganha o PSDB [Partido da Social Democracia
Brasileira], e toma medidas [impopulares] de início de governo, assim como
ocorreu no governo federal [do PT].”
O
professor diz também que a população sente o peso de sentir, de repente, que o
mundo fantástico das campanhas eleitorais não existe. O conjunto de medidas
duras, independentemente da esfera de governo, fez com que os paranaenses
abraçassem mais facilmente as manifestações, segundo ele. “No caso do estado,
ocorreu uma crise de credibilidade do governo. Acabou se passando à sociedade
que alguns devem pagar a conta, inclusive com a perda de direitos, como é o
caso dos professores. Mas ninguém ouviu falar de cortes nos cargos de
comissionados e redução de salário de deputados.”
O
diretor-presidente da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, conta que o resultado
de apoio à greve já era esperado. “Professor é uma das profissões pelas quais a
população tem muito apreço”. Ele enfatizou o fato de a população ter
informações sobre a greve e ter conseguido citar vários motivos que culminaram
na paralisação. “É uma briga ingrata. O governo tendo razão ou não, é muito
difícil brigar contra o professor.”
Maioria liga mobilização a salários atrasados
Antonio
Senkovski
O
“pacotaço” de austeridade proposto pelo governo do Paraná foi divulgado como o
principal motivo da greve dos professores. Apesar disso, as pessoas que
responderam à pesquisa lembraram mais de temas genéricos para justificar o
motivo de os docentes estarem de braços cruzados. O presidente da ABCOP, Carlos
Manhanelli, explica que isso ocorre porque as pessoas têm diferentes formas de
acessar a informação.
Segundo
ele, quando há a visualização das palavras “professor” e “greve” na mesma
frase, para boa parte dos leitores, ouvintes ou telespectadores é possível
concluir que se trata de uma briga porque há salários atrasados e busca por
melhores benefícios. “A comunicação é um veículo egoísta, falo do que eu quero
e as pessoas interpretam da maneira que querem. Não há como comunicar uma
informação em toda a sua plenitude. Sempre terá uma interpretação subordinada
aos fatores de cada pessoa.” ( fonte gazeta do povo).
Elve Cenci, professor de ética e filosofia política da Universidade Estadual de Londrina (UEL), salienta o atual cenário político para que o povo tenha uma visão positiva da greve. De acordo com Cenci, há também influência do fato de boa parte dos paranaenses possuir aderência a um discurso anti-PT (Partido dos Trabalhadores). “De repente, ganha o PSDB [Partido da Social Democracia Brasileira], e toma medidas [impopulares] de início de governo, assim como ocorreu no governo federal [do PT].”
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