DAVI

DAVI

Total de visualizações de página

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013



Não posso deixar de lembrar como tudo começou.

Era um guerreiro enorme, um verdadeiro gigante. Aquela coisa ciclópica dos tempos imemoriais que hoje só podemos imaginar e fazer ilações.

Era um guerreiro enorme, um verdadeiro gigante. E armado até os dentes com o que havia de mais moderno na época. Capa, escudo, armadura, aço!

É o que dizem e, se meus amigos crêem, eu não tenho porque duvidar.

Este gigante e guerreiro chefiava um exército poderoso. Também treinado e armado até os dentes.

O gigante guerreiro, perdoem a repetição ad perpetuam rei memoriam, e seu exército, apenas pretendiam expandir seus domínios. Para isso carecia exterminar o povo que lá vivia ou, no mínimo, torná-lo servo.

Armou-se o teatro de operações. O campo de batalha. Com o gigante guerreiro à frente, armas e tecnologia, aço, a guerra.

Do outro lado, um povo ordeiro, de pastores, tinha lá também seus soldados. Poucos, mas valorosos. Não era um exército regular. Eram apenas homens do campo, do trigo, da vinha, do pastoreio, por vezes chamados às pressas para defender seus lares, suas crenças e valores.

A luta, como se disse, era desigual, ainda mais com o rei moribundo, e o inimigo tendo à proa o gigante guerreiro.

Frente ao inimigo, no campo de honra, apresentou-se o mais franzino dos pastores. Um menino. Sem armas, apenas com uma funda, espécie de baladeira. Estilingue. Usado para espantar os lobos que rondassem os borregos.

Pois bem, sob o olhar de espanto de seus compatriotas e de escárnio dos inimigos, principalmente do poderoso gigante guerreiro tirou a funda da cinta tosca de couro cru, apanhou uma pedra e lançou-a com a força, a dignidade e a indignação dos justos, contra o Poderoso Gigante Guerreiro Invasor.

Esta foi a primeira intifada que a humanidade tem notícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário